Com esta posição a Igreja Católica deixa antever, na pessoa do seu mais alto representante, que não contam, ou não contam tanto como deveriam, as vidas humanas desde que a "moral e os bons costumes" prevaleçam;
Europa e África continuarão a ser diferentes no que a cuidados de saúde diz respeito e, sobretudo, no combate à transmissão do vírus da SIDA.
Europa e África continuarão a ser diferentes no tratamento e nas mensagens do Vaticano e isso fica patente na oportunidade encontrada pelo Papa para falar da posição da Igreja face a este assunto. (Embora também fique que a ideia era mandar recado à Europa que em matéria de moral e bons costumes há muito está a fazer um caminho diferente da Igreja Católica)
Para além disto, há ainda outras questões importantes a ter em conta: a Europa permite à generalidade dos seus cidadãos muitos anos de escolaridade, onde se espera que se vá abordando estes temas, ao contrário da realidade africana em que a baixa escolaridade aliada aos mitos e crenças dos seus povos não permitem um trabalho de sensibilização para a mudança de hábitos tão proveitosa como na Europa.
Acontece que, por cá, também persistem as crenças de que isso só acontece aos outros e por isso muito trabalho há ainda a fazer.
Na realidade, os números de novos casos do VIH-SIDA não param de aumentar, tanto cá como lá. Embora a realidade em África seja muito mais grave, isso não é motivo para alegrias. Nestas estatísticas não devemos querer entrar.